Dia do Guarda-parque Nacional: homenagem a quem coloca o corpo em defesa da natureza

Em 17 de fevereiro de 2013, Bruno Chevugi foi assassinado enquanto realizava uma patrulha de controle com seus companheiros na Reserva Mbaracayú. Em homenagem a ele e a todos aqueles que dão a vida para proteger a natureza, comemoramos o Dia do Guarda-parque Nacional. Uma data que destaca a importância deste trabalho, os riscos que correm quem o realiza e as implicações de colocar o corpo na defesa das nossas reservas naturais.

Bruno foi líder da comunidade Aché do entorno da reserva que protegeu até o último suspiro. Seus colegas lembram de sua nobreza e convicção em seu trabalho. Mas este caso, apesar de ter inspirado a criação desta comemoração, não foi o único acontecimento trágico que afectou o sector.

Cinco anos depois, em 18 de agosto de 2018, Rumildo Toledo e Artemio Villalba também perderam a vida na Reserva Natural Tapytá, em San Juan Nepomuceno, Caazapá. O caso mobilizou um grande número de organizações e cidadãos em geral para exigir justiça. Finalmente, em Outubro de 2021, os responsáveis ​​foram condenados, após vários anos de combates, abrindo um precedente, ao contrário do caso Chevugi, que ficou impune.

Estes actos de violência gravíssimos são apenas um dos riscos que os guardas-parques enfrentam, pelo que o trabalho coordenado entre organizações, instituições governamentais e cidadãos é fundamental para prevenir estas situações, lutar frontalmente contra a impunidade, reforçar as garantias para o desempenho do seu trabalho e fortalecer o trabalho daqueles que guardam nossos remanescentes florestais, que abrigam a fauna e a flora do país.

A Fundação Moisés Bertoni, em conjunto com uma coalizão de organizações, vem promovendo a campanha #SoyGuardaparque, que conseguiu obter a promulgação da Lei nº 6422/19, que altera a Lei nº 352/94, nos artigos que regulam as competências , obrigações e benefícios dos guardas florestais.

No entanto, em 2020, no Paraguai havia apenas 115 guardas florestais para 2.276.011 hectares, quando a recomendação é de um guarda florestal para cada 500 hectares. As tarefas que um guarda-parque realiza diariamente buscam evitar que os recursos naturais sofram qualquer tipo de dano; seja por meio de caça, queimadas, extração ilegal de madeira ou invasão de propriedade.

Dada a importância desta tarefa, é de vital importância que os cidadãos continuem a apoiar a acção destes trabalhadores, denunciando os actos ilegais que ocorrem dentro das áreas protegidas, bem como noutras reservas naturais, e apelando à regulamentação legal deste comércio, com uma estrutura que garanta sua segurança. As florestas beneficiam a todos nós, por isso guardá-las é uma missão que deve ser acompanhada pela sociedade em geral.

Postagens semelhantes